quinta-feira, 14 de maio de 2009

Oasis encanta em noite histórica


Por: Gabriel Marquez


A constatação feita por mim mesmo no momento da saída para o show resumia o sentimento e a expectativa para a noite. Ao fechar a porta de casa, olhei para minha namorada e disse:
- É como se eu estivesse indo ver um jogo de futebol, com a certeza de que meu time ganhará e jogará bem!
Nada menos que um momento histórico. Era isso que eu, a Fer, e mais as 15 mil pessoas presentes no Gigantinho presenciariam. Desde que começaram a fazer sucesso na ilha britânica no meio dos anos 90, o Oasis não pisava em Porto Alegre pra cantar, tocar e mostrar porquê são adorados por muita gente.
Chegando nos arredores do Complexo Beira-Rio, os primeiros sinais da movimentação dos que estavam à procura do puro rock'n roll do grupo inglês. Ao entrar na fila, a primeira cerveja para aquecer, além da já calorosa companhia dos demais seguidores da banda.
Já dentro do Gigantinho, a espera demorada fazia a ansiedade aumentar, e para diminuir essa tensão, é claro, mais cerveja, beijos na namorada, interação com os companheiros de arquibancada, empurra-empurra na fila de passagem em direção aos banheiros, e tudo mais que se tem direito em um lugar onde a ordem nem sempre é fundamental.
Com 40 min. de atraso, a Cachorro Grande subiu ao palco para, a princípio, distrair a massa. Acabou sendo um baita show, quase valeu o ingresso por si só (tá, mentira), com a veia do rock gaúcho em todas as músicas, e o orgulhoso Beto Bruno falando a todo momento o tamanho da honra que era abrir o show do Oasis aqui em Porto Alegre, assim como em todas as outras cidades, mas aqui mais ainda por se tratar da sua terra. Não foi à toa que Liam se apaixonou pelos caras depois da turnê.

Gigantinho praticamente lotado!

Enfim, povão enlouquecido, a tão mal-falada acústica do Gigantinho já posta à prova, e aprovada, agora que venham os Gallagher!
Eram 20:40 quando o Gigantinho rugiu à entrada da banda. Ali estava o Oasis!!! Liam e Noel Gallagher, Gem Archer, Andy Bell, Chris Sharrok, e Jay "Jesus" Darlington. Era chegada a hora!!
A primeira canção da noite, "Rock'n Roll Star" pôs fogo na platéia, desde a primeira fila até o ultimo degrau de arquibancada. Todos pulavam e cantavam junto com o vocalista que aparentemente fazia força para levar a voz ao microfone. "Lyla", "The Shock of the Lightning", "Cigarretes and Alcohol" completaram a primeira parte do show.

Liam sorri para o público com o pandeiro meia-lua, que momentos depois seria arremessado à multidão


Como em uma partida de futebol, em que o time sente o apoio da torcida e passa a jogar com mais vontade, o Oasis se viu diante de uma platéia que em nenhum momento deixou-os sozinhos. Todas as músicas foram acompanhadas, e o descontrole era geral diante dos fãs. Nas músicas mais calmas, a comoção tomava a todos, e via-se gente realmente emocionada pelo lugar. "The Masterplan"e "Slide Away" foram acompanhadas de muitas lágrimas.
A energia voltou com "Morning Glory", outro ponto alto da noite. Nem seria preciso falar nada sobre a talvez mais conhecida música da banda, mas o relato deve ser feito: quando soaram as cordas do violão de Noel Gallagher, anunciando a bela "Wonderwall", houve histeria no ginásio. Liam Gallagher tratou de conduzir a música até o refrão, e como um camisa 10 que serve os seus atacantes com maestria, afastou-se do microfone e deixou que o público fizesse o resto. Sensacional.

Descontrole já está formado: platéia de Porto Alegre pulou e cantou o show inteiro


No bis, mais 4 músicas, entre elas "Don't Look Back in Anger". Outro registro imprescindível: durante o refrão, Noel Gallagher abre mão de cantar para ouvir as 15 mil pessoas entoando o seu hino, porém na última estrofe, ele fez um sinal, como quem pede: "deixem eu cantar agora". Não foi atendido. "Falling Down", "Champagne Supernova" e "I am the Walrus", dos Beatles, fecharam a apresentação realmente histórica do grupo de Manchester.
Como eu esperava ao sair de casa, o Oasis jogou com vontade, venceu e convenceu, pra alegria da sua torcida.

Noel: "Say it laugh, and sing it proud todaaaayy..."

PS1.: Antes do show em Porto Alegre, o líder da banda Noel Gallagher escreveu o seguinte em seu blog: "Não entendo o que estamos tentando provar tocando em lugares como Curitiba e Porto Alegre. Os shows deveriam ser apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo." Não se agradou de Curitiba, por causa do público e do local do show.
Depois do show de Porto Alegre, postou: "Eu retiro tudo que eu tinha dito. O show de ontem a noite foi incrível. Eu digo show, não tenho certeza se eu ouvi alguma coisa, mas a noite foi incrível. Incrível. Incrível."
É amigo...

PS2.: O show de Porto Alegre foi o único comparável com o de Buenos Aires no quesito "descontrole" do público. Lá a platéia era mais inflamada do que aqui. O problema é que lá o show aconteceu no Monumental de Nuñez, lotado de 50 mi pessoas. Aí não dá pra comparar, perde a graça a brincadeira...



abertura do Show de Porto Alegre!





Bônus: Um pedaço da apresentação em Buenos Aires.

2 comentários:

Lisiane de Assis disse...

Belo texto e muito legal a comparação com jogo de futebol. Eu também já fiz algo parecido lá no blog... Aliás, por que tu deletou teu blog??

Mas nem todas as 15 mil pessoas presentes compartilham da mesma opinião sobre o show, li alguns comentários de que não foi tudo isso, porque os caras estão velhos.

Klaus Fiedler disse...

Também gostei do texto. Parabéns!

Além disso ele gostou ainda mais de POA por causa do gol do Nilmar. Disse que queria ele no City.
Uuhasauhua

Coitado do Nilmar...