terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Oi, tio - quinto capítulo

- Guria, tu é louca!!!
- Louca por que, ué?!
- Por que sim! Olha a merda que tu quer fazer!
- Ah, por favor! Eu que quero fazer! Me deixa! Tá parecendo a minha mãe!
- Tá, e quem é o cara?
- Ahn?
- O cara. Tu conhece ele?
- Conheço até.
- “Até”?! Sophia, quem ele é? Isso é furada, certo!
- Eu conheço?
- Mais do que eu.
- Me diz quem é, guria!
- Ahh...é o Pablo!

Maria Eduarda treme dos pés a cabeça quando ouve este nome. Pablo é o nome do motorista da van que levava Maria Eduarda e Sophia para a escola até o ano passado, e com ele Eduarda tivera sua primeira relação sexual, dentro do próprio veículo. Este caso não seria tão fora do comum se Pablo não tivesse 40 anos. A diferença de idade e a experiência sempre foram motivo da atração de Eduarda por homens desta faixa de idade. Logo depois do acontecimento, as duas amigas deixaram o transporte particular de lado, indo de outras formas para a aula.

- Tu não fala mais o nome dele!
- Tá, amiga...
- E quando é isso?
- Depois de amanhã.
***

Na manhã seguinte, num sábado frio e ensolarado de inverno, Herón abria seus e-mails tomando café-da-manhã sozinho na varanda de casa. Ângela ainda adormecia cansada após uma noite exaustiva de sexo com seu marido. Estava tranquilo até ele abrir um e-mail encaminhado por Sophia. Ele não acreditava no que lia, mas a cada linha que se passava, notava que o projeto era sério. Ela realmente o convidara para participar de um filme, com todas as palavras, por mais mal-digitadas que estavam. Era apenas uma pequena participação, de coadjuvante, em um trabalho do colégio, segundo ela. Sentiu-se aliviado com o convite, mas estranhou ao ler um estranho pedido de Sophia. Para ela, Maria Eduarda jamais deveria saber do convite, ou de nada que pudera estar relacionado a ele. Com data e hora marcada, a filmagem ocorreria fora das dependências da escola, o que lhe deixara mais intrigado.

Ao mesmo tempo que Herón se desloca ao banheiro, Maria Eduarda está chegando em casa. Atirando a mochila com roupas sobre o sofá, sobe as escadas para ver a mãe. Entra no quarto e nota que ela ainda está dormindo sozinha. Percebendo que a porta para a varanda esta aberta, atravessa o quarto silenciosamente, para não acordá-la. Queria conversar com seu pai, já que ele estava mais sociável desde a manhã passada, mas vê apenas seu notebook aberto e a xícara de café sobre a mesa. Enquanto ele não chegava, Eduarda resolveu ver o que ele estava fazendo.

A garota sentiu seu ar faltar quando começou a ler o e-mail de sua amiga. Como eles conseguiram contato? Esta pergunta era a menor, se comparada a todas as outras interrogações que surgiam uma sobre a outra. Depois delas, surgiam as hipóteses. Maria Eduarda não era nada burra para unir os dois fatos e saber que Sophia traíra sua confiança, tentando fazer uma atitude de tal nível. Sim, Sophia transaria com seu pai e ainda filmaria o grande feito. Além da raiva pela traição iminente, algo muito mais terrível fazia o sangue de Maria Eduarda ferver: o desejo doentio pelo próprio pai.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Oi, Tio - quarto capítulo

- Eaí, já conseguiu o teu par?
- Naum :S
- Então como tu quer participar?
- Ah, sei lá Axu q naum eras +.
- Tu não vai dar pra trás agora, né? Já estou com teu documento pronto na mão.
- Tah. Vo vê aki.
- Aceita.


Erotic Apple Filmes deseja lhe enviar um arquivo:
Projeto Filme.doc 75kb.
Aceitar(Alt+C) Salvar como...(Alt+S) Recusar(Alt+Z)

Sophia guarda o arquivo em seu mp3 e o lê mais de uma vez, com bastante atenção. Só de imaginar no que está prestes a fazer, fica nervosa, mas também excitada. O pior de tudo é que escolhera a pessoa errada, mas o passo já havia sido dado. Sempre achou o pai da melhor amiga um homem conservado, experiente, e se derretia por ele. Nunca conseguira se aproximar, que dirá conversar com ele, mas enfim apareceu a oportunidade. Na semana passada, foi abordada na saída da escola uma vez por dois rapazes, que lhe fizeram a proposta indecente sem meias palavras. Como pegaram pistas dela com seus colegas, ficou fácil convencê-la de participar da empreitada que iriam executar. Quando ela soube do que se tratava, gostou da idéia, mas ficou em dúvida se concordava ou não. Agora ela lia o arquivo que materializava a loucura que havia feito. Em letras garrafais, o título saltava para fora da tela.

1º PROJETO DE CINEMA PORNÔ UNIVERSITÁRIO DE PORTO ALEGRE

Ela não foi convidada por acaso. A garota procurada para filmar o primeiro piloto do projeto não precisava apenas ter um belo rosto e um corpo bonito. Além disso, deveria ser ousada e não ter vergonha ou inibição alguma na frente das câmeras. E Sophia era a única que se encaixava no perfil procurado. Ela foi achada pela dupla cineasta depois de ficar famosa na escola por supostamente ter transado no banheiro em horário de aula com um colega. Porém, havia duas condições para ela atuar: Antes de tudo, fazer uma carteira de identidade falsa, com a data de nascimento alterada – mesmo assim ficaria difícil de acreditar que aquela menininha com jeito de ter 15 anos na realidade possuía 18. Além disso, ela teria que arranjar um par para contracenar no filme. Quando ela falou que poderia convidar um homem mais experiente, os dois produtores concordaram na hora, mas pediram que ninguém mais soubesse do assunto. Agora ela conversava com um deles, para acertar os detalhes.

Quando ia desligar o computador de Maria Eduarda, Sophia recebe o convite de Herón para conversa. Ela aceita e logo após já lê.

- Oi.

***

Ao mesmo tempo, a poucos metros dali, Ângela sai do banheiro enrolada na toalha. Assustado, Herón fecha com força o notebook. Quando via sua esposa se vestir, notou que ela já viveu tempos melhores, fisicamente falando. Depois que Maria Eduarda nasceu, Ângela havia perdido a bela forma física no início do casamento, com belas curvas e um corpo enxuto. Depois da gestação, engordou e ficou flácida, fazendo perder um pouco do interesse do marido. Mesmo com cabelos grisalhos, Herón parecia ser mais novo que Ângela, embora fosse dois anos mais velho que ela.

Pouco antes de irem dormir, alguém bate na porta do quarto. Maria Eduarda entra no quarto.

- Manhê, vô dormir na Sophia, tá?

Herón sente seu corpo congelar na hora, não só por causa da frase, mas pela presença da visita, que encostou-se na porta da peça, olhando de longe.

- Oi, tia Ângela! Oi, tio!
- Oi Sophia! Podem ir, mas juízo, hein?!
- Pode deixar!

Sophia disse esta última frase olhando fixamente pro peito nu de Herón, que o cobriu rapidamente com o lençol, devolvendo o olhar. Maria Eduarda nota o olhar de seu pai para a amiga, mas fica calada. As duas saem do quarto e a porta se fecha.

- Que amor a Sophia, né, meu bem? Até que enfim a Duda arranjou uma amiga que presta..........Herón?
- É-é, sim...

***

Depois das garotas entrarem no taxi, Sophia olha seriamente para Maria Eduarda e diz fria:

- Amiga, preciso te contar uma coisa.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Oi, tio! - terceiro capítulo

Havia pouca coisa escrita naquele naco de papel.

Só uma linha.

Um endereço de e-mail.

Dela.

Da Sophia.

***

Se aquela manhã chuvosa havia passado devagar, a tarde estava se movendo aos arrastos. Repousado em pé entre as teclas do teclado do computador do escritório, aquele canto de folha de caderno criava cada vez mais interrogações na mente de Herón, todas ainda sem resposta. Porque aquele pedaço de papel havia chegado até ele? Foi por engano? Ou ela teria feito de propósito? E, se fosse de caso pensado, por quê? E o que ele deveria fazer? Entrar em contato? Tudo isso girava em torno de Sophia, uma garotinha que sabe-se lá quantos anos tinha, mas que tirara a tranqüilidade da cabeça daquele homem que já não esperava nada de interessante da vida e do mundo.

Herón suspirou fundo e tentou se acalmar. Abriu sua pasta, tirou seu pen-drive de dentro dela e o inseriu no computador. Procurou o arquivo desejado e o abriu. Dois minutos depois, quando já estava bastante concentrado no filme pornô que assistia, o celular toca. Uma mensagem. Era a Ângela. “Vem me buscar? Bjo. Te amo”. Sussurrando um palavrão, ele se vê obrigado a assistir a loirinha de 16 anos e seus dois amigos em outro momento.

Naquele fim de tarde de inverno, a chuva ficara mais intensa, fazendo Herón ficar preso em um extenso engarrafamento na Plínio Brasil Milano. Sem pressa, ele aumenta o som do carro pra se distrair, mas o tiro saiu pela culatra, mais precisamente quando a voz de Renato e Seus Blue Caps soou “Oh, minha menina, faça-me um favor! Larga essa boneca e vem brincar de amor!”. Ele desliga o rádio e guarda o papel amassado no bolso interno do casaco.

Saiu do supermercado em silêncio, ouvindo todas as coisas inúteis que Ângela havia feito no dia. Resolveu ligar o rádio novamente, e agora Bob Dylan fora seu amigo em Like A Rolling Stone. Não ouviu ela falar que havia reencontrado uma amiga da época da faculdade, nem que reservara uma suíte em Bariloche para ir nas férias de julho. Ficou absorto entre as músicas até chegar em casa.

Depois de recolher as compras, Herón saiu da cozinha sem escalas, direto para seu quarto. No meio do caminho, apenas ouviu Ângela falar à distância com Maria Eduarda, que nem fizera o trabalho de sair do quarto. Ele ia entrar para conversar um pouco, mas como a porta estava fechada, resolveu mudar de idéia.

Herón esperou a esposa ligar o chuveiro para pôr em prática a decisão que já havia tomado no caminho da vinda: pegou o casaco e tirou o papel rasgado do bolso. Abriu seu notebook sobre a cama e resolveu mandar o maldito e-mail. Ficou em dúvida no que poderia escrever, mas apenas teclou “Oi. Quem é?”. “Vou me fazer de louco”, pensou.

Não completaram 2 minutos, o e-mail foi respondido. Um arrepio na espinha caracterizou seu nervosismo. Ele resolveu abrir e ler. Assim foi a resposta quase não decifrada:

Soapksopakaopskaosapka
U tiu eh mtu bobaum
Pensei q ia me egnorar
Me add. To on.
Bjokas! S2

***

Enquanto isso, no quarto ao lado, Maria Eduarda estava deitada na cama, falando no celular com seu ficante. Ao mesmo tempo, a poucos passos dela, Sophia estava no computador da amiga com um sorriso malicioso nos lábios.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Oi, tio - Capítchulo 2

Oii, tíio! Amigaaaa!

Enquanto Maria Eduarda dava um abraço forte na colega, Herón apenas baixou a cabeça e arrancou o carro. Começou a dirigir desconcentrado, pois todas as suas atenções estavam voltadas para Sophia, que perdia um quilo a cada vez que era olhada pelo espelho retrovisor. Quase bateu o carro em uma sinaleira, pois estava se decidindo se olhava para os grandes e belos olhos claros da amiga da filha, ou para seus seios, belos e muito grandes, sob a blusa branca e molhada do colégio.

- Que chuva, né tio?
- É...si-sim...que chuva...

Sob um estridente ronco de trovão, as duas garotas se despediram de Herón e saíram correndo do carro, se abrigando na entrada do colégio. Mas isto não aconteceu antes de Sophia passar o olhar pelo espelho e ver os olhos de Herón maliciosamente fixos em seu par de mamilos, que estavam salientes após a chuva e o frio de dentro do carro. Ela apenas baixara a cabeça e fizera que não tinha visto.

- Me liga depois pra mim buscar vocês, filha.
- Se tiver chovendo, eu ligo!
- Tá!

Chega no escritório, liga o PC, vê os e-mails, pega o jornal e lê o que mais interessa, aperta F5, guarda o caderno de empregos na pasta, toma café, aperta F5, vai pra reunião, leva bronca e se defende, volta, aperta F5, olha pro relógio e vê que é quase meio-dia. Por mais que a garota que recém havia conhecido não saíra de sua cabeça, até que a manhã se passara bem rápido. Do trabalho para a escola da filha, imaginava se era errado pensar em uma garota tão nova assim. Infelizmente, para um quarentão casado e com uma filha da mesma idade, de fato era errado pensar. Deu uma olhada pro retrovisor, mas agora era pra ver se os cabelos brancos eram perceptíveis. A esposa nunca deixou pintar o cabelo (sua aparência era uma das únicas coisas que ela sabia dominar) e ele acabara deixando de lado as alvas melenas. O único cuidado que ainda tomava era não largar a natação, que não o deixava criar barriga, mas sim ombros largos e porte atlético. Disto ele se orgulhava.

Parou o carro na frente da escola e ligou o pára-brisa, pois a garoa, ao invés de cessar, resolveu aumentar de força até virar chuva de verdade. As garotas entraram rapidamente no carro. Eduarda estranhou o sorriso de Herón, tão raro nos últimos tempos.

- Pai tu leva mesmo a Sophia em casa?

Ele olha para a garota e responde aumentando o sorriso.

- Claro que sim!

Foi conversando o tempo todo com as garotas, para espanto de sua filha. Sophia era o principal alvo de suas perguntas, que respondia com igual simpatia, caracterizada por sua voz macia e por sua delicadeza ao falar. Em um momento, as gurias pararam de conversar com Herón e começaram a cochichar, quando Sophia mostrava uma folha para Maria Eduarda. As duas ora riam baixinho, ora falavam sério, parecendo preocupadas. Assim, o tempo passara rápido, e quando ele vira, ela já atravessava a calçada correndo em direção à guarita do condomínio, com o caderno sobre a cabeça. Mas antes dela sair em disparada do carro, ele sentira a pequenina mão dela passando sobre seu pescoço. No mesmo instante, um arrepio cobre sua espinha, mas que não foi causado apenas pelo contato da pele, ou pelo desejo repentino que sentia pela garota. Alguma coisa havia caído entre sua camisa e suas costas, e não só provocou o arrepio, como também começara a coçar. Já de volta à avenida, resolveu procurar o que era. E achou algo.

Um pedaço de papel amassado.

Mas não era um pedaço de papel qualquer. Era pautado e com desenhos de flores e adornos, típico do caderno de uma adolescente. Quando ia meter bronca na filha sobre sujar o seu carro com porcarias, ele congelou. Olhava para o papel diversas vezes, até acreditar que o que estava escrito naquele pedacinho de papel era verdadeiro.
Em breve, o próximo capítulo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Oi, tio! - Capítulo 1

Não bastasse o constante engarrafamento quase paulistano que aumentava com a proximidade das 8 horas da manhã, ainda veio a densa chuva para despertar o mau-humor de Herón, apenas 15 minutos após ele acordar. Agora ele assistia pelo retrovisor sua filha, que havia se atrasado para a aula e o intercedera por uma carona, acordando-o de um profundo sono. “Guria mimada”, ele sempre a xingava na frente da esposa, que a defendia sempre. “O que custa levar ela ali um instantinho?” Como era homem que não apreciava perder nem discussão, também acabava brigando com a esposa, que depois ficava quieta e pensativa, apenas observando-o marchar bufando pra algum canto do apartamento. Também pudera: faltava 1 mês para o aniversário de 20 anos de casamento, e não seria agora que ela iria desafiar a já habitual ira do marido. Como já tinha prática para desarmar o gênio do marido, não estava a fim de pôr em risco a sustentação da família, a construção da nova casa da praia em Atlântida e a mensalidade da escola e do curso de inglês de Maria Eduarda.

- Paai, tu leva a Sophia juntoô?

“Era só o que me faltava!” - Onde é que mora essa Sophia?!

- Ali perto do Parcão.

E agora ali estava ele, em plena Goethe, irritado com a vida que levava nos últimos anos, com a submissão exagerada ao chefe, com a crise iminente na empresa onde trabalhava e todos os outros problemas profissionais. Esperava o apelo e a compreensão da família, mas cada vez se sentia mais injustiçado pelo pai que apenas gastava seu dinheiro, e pela esposa que bajulava cada vez mais a única filha do casal.

Entrou em uma rua residencial não para escapar do movimento, mas para resgatar a caroneira da chuva. Parou em frente a um grande condomínio, e mirou vindo do portão uma figura indefinida entre os grossos pingos de chuva que castigavam a capital no início da manhã. Quando a porta do banco de trás se abre, seu semblante de raiva e stress sumiu como num passe de mágica, aliviando a tensão de sua têmpora e fazendo seu queixo desabar.
Em breve, o próximo capítulo.

sábado, 28 de novembro de 2009

Estamos de volta!

Ôpa, gente!

Sim, estamos de volta, depois de muitas semanas de abstinência. Também pudera: pensei que, mesmo com zilhões de compromissos, conseguiria dar atenção ao blog. Ledo engano.

Ainda bem que no tempo que fiquei afastado daqui, preparei um material que vai começar a ser apresentado amanhã nesta mesma página. vem aí mais uma produção independente do nosso blog.

Aguardem...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Os Apaixonados

SALGADOS: R$2,30
FRITAS PORCAO PEQ: R$ 5,00
FRITAS PORCAO GRANDE: R$10,00

Nestor nem olhava mais a placa do barzinho. Ia direto na tia e pedia:
- Uma porção grande.
E voltava pra sua mesa, onde estavam os seus amigos.
Comiam as fritas, conversando sobre o carro de um, o findi de outro e a Libertadores.
Depois voltavam pra sala de aula.
Rotina.

Só que esta noite foi diferente.

Do outro lado da praça de alimentação, estavam as gurias do 5° semestre de educação física. E entre elas, Rebecca. Mais arrumada que de costume, bem maquiada, saiu da mesa decidida. "Já volto". As amigas já sabiam de tudo. Elas sempre sabiam de tudo. Por isso, apenas o que se ouviu foi apenas um "boa sorte, amiiiiga" de uma ou duas delas. Quando ela já tinha ido, um ainda falou: "Tadinha da Rebecca".

Os pátios e os corredores da faculdade já não tinham o mesmo movimento de minutos atrás, e a maioria das pessoas já estavam nas salas de aula. Assim, Nestor caminhava sozinho em direção ao banheiro, enquanto seus amigos já haviam ido para a sala de aula.

A passos tétricos e apressados, Rebecca tropeçava no salto do sapato que estava desacostumada a usar. Virou o pé umas duas vezes no meio do caminho, mas não hesitava em parar um instante que seja. Tudo para alcançar o seu objetivo: o banheiro masculino, onde Nestor sempre ia no fim do intervalo. Tremia de nervosismo e suas mãos estavam geladas pelo vento frio que cruzava gelado pelos pátios da universidade.

Passado algum tempo, Nestor saiu no corredor sacudindo as mãos ainda um pouco molhadas do banheiro. Quando saiu em direção ao pátio, sentiu um puxão forte no punho esquerdo. Ao virar, impressiona-se ao ver a mesma garota que ele viu no dia anterior, só que agora muito mais linda, maquiada, uma princesa, e a dois palmos dos seus olhos, com um sorriso confiante e um olhar fulminante, de quem planeja algo com segundas intenções.


Quando foi ensaiar algo para dizer, Nestor foi puxado pela nuca e foi beijado com força por Rebecca. Não soube quanto tempo ficou ali, pois nem notaram o tempo passar. Nenhum assistiu a aula depois do intervalo. Esqueceram da aula, dos amigos, do ônibus que pegariam pra ir pra casa. Tudo passara de uma forma em que não havia mais nada ou ninguém em volta. Não fosse um segurança abordá-los antes dos portões fecharem, certamente seriam esquecidos.


Se despediram apaixonadamente desajeitados, pedindo desculpas ao guarda engravatado. Nestor, incrédulo ainda com o que tinha acontecido, saiu às pressas, numa direção contrária à Rebecca, sob ordens do sentinela. Mas o sorriso no rosto era escancarado e bobo, como os seus sentimentos que não tinha pra quem demonstrar, nas já quase desertas ruas por onde caminhava.

Rebecca ficara pra trás, precisando dar explicações ao guarda. Ao sair do lugar onde estavam, viu uma folha de caderno bastante amassada, e um pouco molhada pela garoa que começava a cair. Juntou-a e desdobrou. Em um lado da folha havia um desenho perfeito, de um profissional, que ela jurava ser dela. Artesanal, feito à caneta, mas adorou. Mas será que era seu? A resposta veio quando notou que havia algo escrito no verso da folha. Um pequeno soneto, notou. Seu coração batia mais forte a cada linha que lia. 7 linhas.

Repentinamente penso em um novo amor para viver
Extremamente singelo, sem segundas intenções, mas gostoso
Beijos, abraços, ou um único e forte abraço pra esquecer
Enfim, nada vulgar ou erótico, apenas carinhoso
Crescente a cada hora que passa, é difícil esquecer
Contando os minutos que passam apenas pra te ver
Ainda sonhando para com o meu amor te entorpecer

Ao final da última palavra, deixou uma lágrima cair e confundir-se com a chuva que começava a ganhar força. Sorriu mais feliz com a decorrência dos fatos do que orgulhosa com a ousada decisão que tomara. Armou a sua sombrinha roxa e foi embora, ainda tendo dificuldades pra andar sobre o salto. Mas agora nada mais importava, pois tinha certeza de que a sua vida a partir de agora seria outra. Completamente diferente.

terça-feira, 9 de junho de 2009

A Apaixonada

Ao entrar em seu apartamento, Rebecca suspirou. Atirou a mochila em cima da mesa, tirou os tênis e se jogou no sofá, por cima das almofadas. Faltavam apenas alguns dias para 12 de junho e sua ansiedade aumentava. Não queria passar mais um dia dos namorados sozinha, assistindo filme e comendo brigadeiro no seu apartamento. Todas as suas melhores amigas estavam namorando, ou seja, ninguém para sequer dividir o choro. Não bastasse isso, ainda o orgulho a feria por dentro. Nunca precisara chegar em nenhum garoto, pois era bonita, embora a sua popularidade não chegasse aos pés das famosinhas da turma. Mas estava doente por um cara que jamais havia lhe dado bola. O Nestor.

Não era nem o mais bonito, nem o mais popular da faculdade, pois isso não é Sessão da Tarde. Era um carinha na dele, sem chamar muito a atenção, exceto pelos cabelos compridos que caíam até o ombro, "o charme dele", Rebecca dizia. Também era meio desligado. Parecia que dentro da sua mesma jaqueta jeans de todos os dias existia outro mundo, só dele. Era tímido: se apaixonava por umas 3 gurias por dia, mas só conseguia se aproximar de uma por mês. Isso ela sabia, pois uma ex-colega dele no colégio agora estava na mesma turma que ela. Ou seja, já havia sido feito todo o tipo de interrogatório sobre o pobre rapaz.

Parecia criança: quando chegou em casa, só pensava nele, e em mais nada. E então, no mesmo momento que Nestor zapeava na tevê em sua casa, Rebecca ligara a sua no seu apartamento. Morava sozinha, desde quando veio de Vacaria morar na capital por causa da faculdade, há dois anos. Mas jamais havia se sentido tão sozinha. Abraçou forte contra os seios a almofada que estava mais próxima. Assim, como num passe de mágica, assistiu algo na televisão que a deixou emocionada.

O que ela viu?
Aqui está.




Pois é. A projeção de Nestor em sua mente fazia o desejar cada vez mais.
Decidiu tomar uma atitude.
O dia seguinte era decisivo.
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Rebecca estava tão apaixonada por Nestor que já tinha escolhido uma música para o casal que nem existia. Assim, quando se orgulhou da atitude que acabara de projetar, cantarolou baixinho, quase sussurrando, esta música.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Apaixonado

Essa história aconteceu ontem ainda...

Desde que a viu, decidiu que era a mulher da vida dele. Os amigos já estão acostumados, pois toda a semana é a mesma coisa. Mas ele dizia que agora era diferente. Não sabia o porquê, mas que era diferente, ah era. Desligou-se do pote de fritas e a seguiu com os olhos por toda a extensão da praça de alimentação, como se tirasse cada peça de roupa dela com os olhos. Até o fim do intervalo, só falava dela, como toda a vez que via uma guria que o surpreendera. Na sala-de-aula, pegou a última folha do caderno e a desenhou, com a caneta mesmo. Azul. Detalhou-a com a caneta vermelha. “Perfeita”, sussurrou.

Morena de pele clara, com mechas vermelhas no cabelo, que ondulava ao natural até pouco abaixo dos ombros. Jaqueta jeans por cima da baby-look branca, calça jeans azul e all-star cinza xadrez. E uma manta colorida pendurada no pescoço. Linda. Magra, com suas curvas. A mochila com o nome do curso já dava uma pista: educação física. Mas o que lhe encantou mesmo foram os olhos castanho-claro que, acompanhados dos óculos de grau, apoiados em um fino e bem desenhado nariz, davam um destaque diferente, algo que o encantou. Isto sem contar as suas sardas no rosto, que o desconcertara. Sorriso de aparelho, ele notou quando ela riu de alguma coisa que a amiga falava. Amou. Assim, Nestor esculpiu sua amada em seu caderno.

Os amigos ainda duvidam, mas Nestor havia se apaixonado. Parecia criança: quando chegou em casa, só pensava nela, e em mais nada. E, como todo o apaixonado, qualquer coisa que via o fazia lembrar do seu amor, equilibrado em um pedestal. Assim, ligou a tevê. Queria ver um pouco de desenho animado. Mas o que viu, fez aflorar ainda mais o seu amor.

O que ele viu?
Veja você também.




To be continued...
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Para o Love Vitrola, vamos pôr uma música que o Nestor tocou no violão.
Adivinha pra quem era?
Vale a pena assistir até o fim.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Oasis encanta em noite histórica


Por: Gabriel Marquez


A constatação feita por mim mesmo no momento da saída para o show resumia o sentimento e a expectativa para a noite. Ao fechar a porta de casa, olhei para minha namorada e disse:
- É como se eu estivesse indo ver um jogo de futebol, com a certeza de que meu time ganhará e jogará bem!
Nada menos que um momento histórico. Era isso que eu, a Fer, e mais as 15 mil pessoas presentes no Gigantinho presenciariam. Desde que começaram a fazer sucesso na ilha britânica no meio dos anos 90, o Oasis não pisava em Porto Alegre pra cantar, tocar e mostrar porquê são adorados por muita gente.
Chegando nos arredores do Complexo Beira-Rio, os primeiros sinais da movimentação dos que estavam à procura do puro rock'n roll do grupo inglês. Ao entrar na fila, a primeira cerveja para aquecer, além da já calorosa companhia dos demais seguidores da banda.
Já dentro do Gigantinho, a espera demorada fazia a ansiedade aumentar, e para diminuir essa tensão, é claro, mais cerveja, beijos na namorada, interação com os companheiros de arquibancada, empurra-empurra na fila de passagem em direção aos banheiros, e tudo mais que se tem direito em um lugar onde a ordem nem sempre é fundamental.
Com 40 min. de atraso, a Cachorro Grande subiu ao palco para, a princípio, distrair a massa. Acabou sendo um baita show, quase valeu o ingresso por si só (tá, mentira), com a veia do rock gaúcho em todas as músicas, e o orgulhoso Beto Bruno falando a todo momento o tamanho da honra que era abrir o show do Oasis aqui em Porto Alegre, assim como em todas as outras cidades, mas aqui mais ainda por se tratar da sua terra. Não foi à toa que Liam se apaixonou pelos caras depois da turnê.

Gigantinho praticamente lotado!

Enfim, povão enlouquecido, a tão mal-falada acústica do Gigantinho já posta à prova, e aprovada, agora que venham os Gallagher!
Eram 20:40 quando o Gigantinho rugiu à entrada da banda. Ali estava o Oasis!!! Liam e Noel Gallagher, Gem Archer, Andy Bell, Chris Sharrok, e Jay "Jesus" Darlington. Era chegada a hora!!
A primeira canção da noite, "Rock'n Roll Star" pôs fogo na platéia, desde a primeira fila até o ultimo degrau de arquibancada. Todos pulavam e cantavam junto com o vocalista que aparentemente fazia força para levar a voz ao microfone. "Lyla", "The Shock of the Lightning", "Cigarretes and Alcohol" completaram a primeira parte do show.

Liam sorri para o público com o pandeiro meia-lua, que momentos depois seria arremessado à multidão


Como em uma partida de futebol, em que o time sente o apoio da torcida e passa a jogar com mais vontade, o Oasis se viu diante de uma platéia que em nenhum momento deixou-os sozinhos. Todas as músicas foram acompanhadas, e o descontrole era geral diante dos fãs. Nas músicas mais calmas, a comoção tomava a todos, e via-se gente realmente emocionada pelo lugar. "The Masterplan"e "Slide Away" foram acompanhadas de muitas lágrimas.
A energia voltou com "Morning Glory", outro ponto alto da noite. Nem seria preciso falar nada sobre a talvez mais conhecida música da banda, mas o relato deve ser feito: quando soaram as cordas do violão de Noel Gallagher, anunciando a bela "Wonderwall", houve histeria no ginásio. Liam Gallagher tratou de conduzir a música até o refrão, e como um camisa 10 que serve os seus atacantes com maestria, afastou-se do microfone e deixou que o público fizesse o resto. Sensacional.

Descontrole já está formado: platéia de Porto Alegre pulou e cantou o show inteiro


No bis, mais 4 músicas, entre elas "Don't Look Back in Anger". Outro registro imprescindível: durante o refrão, Noel Gallagher abre mão de cantar para ouvir as 15 mil pessoas entoando o seu hino, porém na última estrofe, ele fez um sinal, como quem pede: "deixem eu cantar agora". Não foi atendido. "Falling Down", "Champagne Supernova" e "I am the Walrus", dos Beatles, fecharam a apresentação realmente histórica do grupo de Manchester.
Como eu esperava ao sair de casa, o Oasis jogou com vontade, venceu e convenceu, pra alegria da sua torcida.

Noel: "Say it laugh, and sing it proud todaaaayy..."

PS1.: Antes do show em Porto Alegre, o líder da banda Noel Gallagher escreveu o seguinte em seu blog: "Não entendo o que estamos tentando provar tocando em lugares como Curitiba e Porto Alegre. Os shows deveriam ser apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo." Não se agradou de Curitiba, por causa do público e do local do show.
Depois do show de Porto Alegre, postou: "Eu retiro tudo que eu tinha dito. O show de ontem a noite foi incrível. Eu digo show, não tenho certeza se eu ouvi alguma coisa, mas a noite foi incrível. Incrível. Incrível."
É amigo...

PS2.: O show de Porto Alegre foi o único comparável com o de Buenos Aires no quesito "descontrole" do público. Lá a platéia era mais inflamada do que aqui. O problema é que lá o show aconteceu no Monumental de Nuñez, lotado de 50 mi pessoas. Aí não dá pra comparar, perde a graça a brincadeira...



abertura do Show de Porto Alegre!





Bônus: Um pedaço da apresentação em Buenos Aires.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

NVB no show do Oasis!!!

Fala aí, gurizada medonha!!!

Estou muito feliz com o andamento do blog. Muito mesmo. O que no início seria apenas uma brincadeira de quem não tinha o que fazer (sendo bem sincero), atualmente está ganhando ares de ser uma coisa mais séria. Sem hipocrisia.

Primeiro assumimos a nossa verdadeira realidade, de palpiteiros. Antes, futebol. Agora, tudo o que apareça de louco na nossa cabeça. Propaganda, guerra, fotografia, mais futebol. Até contar histórias, nós contamos. Mudamos também o layout do blog, deixando-o mais interessante para os olhos alheios e deixando um visual meio tosco pra trás. Adicionamos notícias correntes à sua margem direita (caso ainda não notaram, movam suas atenções pra cá >). E por aí vai.

Mas como muita coisa na vida é inovação, resolvemos rachar o seu bico de vez! Como sabem - ou não - a banda Oasis vai tocar nesta terça-feira na Capital, lá no Gigantinho. E então, em uma despretenciosa conversa com o nosso leitor-colaborador (e nas horas vagas amigo) Gabriel Marquez, criamos a maior inovação do blog desde a idéia de seu criativíssimo nome! O Não Vale Bomba terá um correspondente oficialíssimo no show do Oasis!!!

Sensacional! Gabriel Marquez será o nosso repórter no show do ano em Porto Alegre. Comentários, registros e toda a cobertura que só o Não Vale Bomba pode te dar. Aguarde e...chora, concorrência!!!

Pra gurizada entrar no clima, vai abaixo uma palhinha do que vai rolar lá no ginásio do Gigantinho. Cigarettes & Alcohol e Wonderwall. Divirtam-se!!!







Um abraço a todos!
Fui!

domingo, 3 de maio de 2009

Estagiário Lifestyle 2

Vida de estagiário é surreal. São os primeiros contatos com o mercado de trabalho, as primeiras cobranças sérias e a sensação de que se está vivendo na Disney. Quando os primeiros trocados aparecem no bolso, daí vira aquela festa. Mas o melhor de tudo é o conjunto de experiências que se consegue com o tempo. Na verdade, o estágio serve pra isso mesmo: adquirir experiência. No meu caso, adquiri sim uma grande carga de ensinamento no meu único estágio até agora. Estou na Prefeitura de Cachoeirinha a um ano e meio (ou um pouco mais) e aprendi muita coisa legal lá, mas principalmente uma regra: estagiário moscão e retardado não tem vez. Pode até continuar lá, mas sofre graves injúrias, comparadas até à tortura chinesa. Vou contar como eu aprendi isso, em uma breve porém proverbiosa história real.

Numa certa manhã chuvosa, estava eu sentado na frente do meu computador, trabalhando quietinho, como de costume. Tudo corria bem, até que o meu sistema digestivo alertou que chegara a hora da descarga de material inutilizado, ou o enforcamento do Mandela, segundo o mais sábio dos pedreiros. Me levantei e saí caminhando normalmente a caminho do toilette, e foi onde eu cheguei, tranquilaço a ponto de expulsar o inquilino com a maior serenidade do mundo.

Quando estava já vivendo o meu meteórico reinado, repousado sobre o trono de louça, notei que algo estava me incomodando. Era o meu crachá, que estava balançando através da fita de tecido que o mantinha suspenso. Aquelas tradicionais cordas pra crachá. Quando estou ereto, com a fita pendurada pelo pescoço, o crachá alcançava um ponto centímetros acima do meu umbigo. Mas agora, sentado com os cotovelos apoiados na perna, ela se ousava a chegar a uns bons centímetros ABAIXO do meu umbigo, quase encostando em certas partes que não vem ao caso citar agora. Mas fiquei realmente chateado com a situação. e o crachá lá, como se estivesse brincando em um balanço. Assim, cometi o meu primeiro erro na história: tirei o crachá e o deixei em um lugar ao lado da lixeira, à minha frente. Eu podia ter feito de tudo para pará-lo de me atrapalhar, mas eu fiz justamente aquilo.

Feito todo o processo do reinado, faltava apenas puxar a corda da descarga. Porém, sei lá por qual motivo, esqueci. Sim, esqueci. Natural. Mas esqueci de outra coisa também. Adivinhem! Sim, o crachá. Saí sem puxar a descarga e sem levar o crachá. Ele ficara lá!

Como o destino é um sacana, quis ele que a próxima pessoa a adentrar no W.C. fosse a mais sacana da secretaria de Administração, onde trabalho. O Leandro, aquele fdp! Acho que são velhos amigos, de sacanear os outros, o Leandro e o Destino. Então, ao sair do banheiro, Leandro bradava em todos os setores que passava sobre o caso do estagiário porcalhão, que tinha deixado um crioulo enorme boiando no mar Sanitário, e que deixara o crachá como se dissesse "sou eu o pai da criança!". Ainda por cima, empunhava o meu crachá como se fosse um troféu, mostrando a todos a prova do crime. Quando ele chegou em sua sala, que era do lado da minha, apenas disse: "Ó, meu. Esqueceu o teu crachá lá no banheiro." E me entregou, rindo quieto. Apenas agradeci.

Quando tive que sair pra ir em outro setor, na Secretaria da Fazenda (que por sinal fica próxima aos sanitários), ouvia um burburinho estranho a minha volta. Foi quando eu ouvi:

- ESTAGIÁRIO CAGÃÃÃO!!!

Pronto. Deu. As piadas, ditas em alto e bom som, eram daí pra fora. Durante dias, semanas, fui o estagiário porcalhão da Prefeitura. Paciência. Quem mandou ser moscão?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Estagiário Lifestyle

Eaí, amigos!

Venho através deste post compartilhar um breve texto que recebi por e-mail. Achei o conto a minha cara, não apenas por contar a história (verídica ou não) de um estagiário, mas pela linha de raciocínio que o próprio protagonista cria na história (tipo "é bem coisa minha").


Leiam e divirtam-se!

Abraços!
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Fui demitido. Justa causa.
Como estagiário, aprendi milhões de coisas e fui muito bem sucedido nas minhas funções. Juro que não entendo o porquê de me demitirem... Eu tinha várias funções que fazia com excelência, entre elas:
1. Tirar xerox. 3.1 segundos por página.
2. Passar café.
3. Comprar cigarro e pão. 1 minuto e 27 segundos. Ida e volta.
4. Fazer jogos na Mega-Sena, Dupla-Sena, Lotofácil, Loteria Esportiva...
Eu era muito bom. Mesmo. Fazia tudo certinho, até que peguei uma certa confiança com o pessoal e resolvi fazer uma brincadeirinha inocente.
É impressionante o nível de stress em um ambiente de trabalho. Quis dar uma amenizada na galera, deixar o povo feliz e fui recompensado com uma bela de uma demissão por justa causa. Puta sacanagem!
Vou contar toda minha rotina desse dia catastrófico.
Era quinta-feira, 26 de março, quando cheguei ao trabalho.
Nesse dia, passei na padaria no meio do caminho. Demonstrando muita proatividade, comprei pão e 3 Marlboro. Já queria ter na mão sem nem mesmo me pedirem. Quando abri a agência (sim, me deixam com a chave porque o pessoal só começa a chegar lá pelas 11h), já vi uma montanha de folhas para eu xerocar na minha mesa. Xeroquei tudo, fiz café e deixei tudo nos trinques (minha mãe que usa essa gíria rs). Como tinha saído um pouco mais cedo no outro dia, deixaram um recado na minha mesa: "pegar o resultado da mega-sena na lotérica". Como tinha adiantado tudo, fui buscar o resultado. No meio do caminho, tive a ideia mais genial da minha vida e, consequentemente, a mais estúpida.
Peguei o resultado do jogo: 01/12/14/16/37/45. E o que fiz? Malandro que sou, peguei uns trocados e fiz uma aposta igual a essa. Joguei nos mesmos números, porque, na minha cabeça claro, minha brilhante ideia renderia boas risadas. Levei os 2 papeizinhos (o resultado do sorteio e minha aposta) para a agência novamente. Ainda ninguém tinha dado as caras. Como sabia onde o pessoal guardava os papeis das apostas, coloquei o jogo que fiz no meio do bolinho e deixei o papel do resultado à parte.
O pessoal foi chegando e quase ninguém deu bola pros jogos. Da minha mesa, eu ficava observando tudo, até que um cara, o João, começou a conferir.Como eu realmente queria deixar o cara feliz, coloquei a aposta que fiz naquele dia por último do bolinho, que deveria ter umas 40 apostas.Coitado, a cada volante que ele passava, eu notava a cara de desolação dele. Foi quando ele chegou ao último papel. Já quase dormindo em cima do papel,vi ele riscando 1, 2, 3, 4, 5, 6 números. Ele deu um pulo e conferiu de novo. Esfregou os olhos e conferiu de novo, hahahaha. Tava ridículo, mas eu tava me divertindo. Deu um toque no cara do lado, o Rogério, pra conferir também. Ele olhou, conferiu e gritou: -"PUTA QUE PARRRRRRRRIUUUUUUUUUU, TAMO RICO, PORRA". Subiu na mesa, abaixou as calças e começou a fazer girocóptero com o pau.
Óbvio que isso gerou um burburinho em toda a agência e todo mundo veio ver o que estava acontecendo. Uns 20 caras faziam esse esquema de apostar conjuntamente. 8 deles, logo que souberam, não hesitaram: correram para o chefe e mandaram ele tomar bem no olho do cu e enfiar todas as planilhas do Excel na buceta da arrombada da mulher dele. No meu canto, eu ria que nem um filho da puta. Todos parabenizando os ganhadores (leia-se: falsidade reinando, quero um pouco do seu dinheiro), com uns correndo pelados pela agência e outros sendo levados pela ambulância para o hospital devido às fortes dores no coração que sentiram com a notícia.
Como eu não conseguia parar de rir, uma vaquinha veio perguntar do que eu ria tanto. Eu disse: -"puta merda, esse jogo que ele conferiu eu fiz hoje de manhã. A vaca me fuzilou com os olhos e gritou que nem uma putalouca: -"PAREEEEEEEEEEM TUDO, ESSE JOGO FOI UMA MENTIRA.UMA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO DO ESTAGIÁÁÁÁÁÁÁRIO" Todos realmente pararam olhando pra ela. Alguns com cara de "quê?" e outros com cara de "ela tá brincando". O cara que tava no bilhete na mão, cujo nome desconheço, olhou o papel e viu que a data do jogo era de 27/03. O silêncio tava absurdo e só eu continuava rindo. Ele só disse bem baixo: - É...é de hoje. Nesse momento, parei de rir, porque as expressões de felicidade mudaram para expressões de 'vou te matar'. Corri... corri tanto que nem quando eu estive com a maior caganeira do mundo eu consegui chegar tão rápido ao banheiro. Me tranquei por lá ao som de "estagiário filho da puta", "vou te matar" e "vou comer teu cu aqui mesmo". Essa última foi do peladão !
Eu realmente tinha conseguido o feito de deixar aquelas pessoas com corações vazios, cheios de nada, se sentirem feliz uma vez na vida.Deveriam me dar uma medalha por eu conseguir aquele feito inédito. Mas não... só tentaram me linxar e colocaram um carimbo gigante na minha carteira de trabalho de demissão por justa causa. Belos companheiros!
Pelo menos levei mais 8 neguinho comigo ! Quem manda serem mal educados com o chefe. Eu não tive culpa alguma na demissão deles. Pena que agora eles me juraram de morte...agora tô rindo de nervoso. Falei aqui em casa que fui demitido por corte de verba (consegui justificar dizendo que mandaram mais 8 embora, rs) e que as ligações que tenho recebido são meus amigos da faculdade passando trote. Eu supero isso vivão e vivendo, tenho certeza.
É, amigos, descobri com isso que não se pode brincar em serviço mesmo...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O MELHOR DIA DA VIDA DE EDUARDO DA SILVA


Excelente! Assim foi a primeira participação de Eduardo da Silva no time titular do Arsenal depois da terrível fratura causada pelo carrinho do zagueiro Taylor, do Birmingham, no ano passado. Triste cena. Estava vendo outro jogo do mesmo campeonato na TV, quando veio o macabro lance da partida paralela. Qualquer um que viu ficou sem respiração na hora, inclusive eu. Dali pra frente, o destino de Eduardo da Silva estava comprometido.

Mas graças ao trabalho incansável do incrível departamento médico do Arsenal, todos puderam acompanhar passo-a-passo a recuperação desta promessa do futebol europeu, até o estágio final, a partida entre Arsenal e Cardiff, onde Eduardo fez dois gols, um de cabeça, e outro de penalti, esbanjando categoria. Festa para os amantes do futebol. Eduardo segue a lista de jogadores que renasceram debaixo das travas das chuteiras de seus carrascos, como Juninho Paulista, Maikon Leite, entre outros.


Mesmo eu sendo um apreciador no futebol-força, das entradas maldosas, dos carrinhos por trás e do anti-jogo, digo que a finalidade disto é atingir o psicológico do outro jogador, intimidando-o. Mas há jogadores que perdem a lucidez em certas horas e simplesmente massacram o seu opositor. A finalidade da rispidez nas jogadas é fazer o adversário sentir medo, receio da partida, "amarelar" com se diz na gíria. Mas jamais uma entrada que gerará fratura ou rompimento de ligamentos será bem-vinda, jamais. A não ser que a vítima mereça. Mas Eduardo de maneira alguma merecia. Por isso que voltou e em grande estilo. Talvez eu fale futuramente de algum jogador que mereceu ser carregado de maca ao sair de campo. Talvez.

Então abaixo segue a matéria do Globo-Esporte especial da volta de Eduardo da Silva.

Tchau!






domingo, 15 de fevereiro de 2009

MAIS FUTEBOL AO SOL E À SOMBRA

Ainda lendo este livro, vejo que ele é um excelente começo para quem não tem muito interesse em futebol. Os fatos que Galeano descreve muitas vezes jamais ouvimos falar, e às vezes nem acreditamos. Tais acontecimentos viram motivos para lermos um livro de um assunto tão específico, pois geram uma tremenda curiosidade nos leigos. Assim são os dois trechos que vou escrever abaixo deste livro. Sensacionais.


"Em 1891 o árbitro entrou pela primeira vez em campo, usando um apito; marcou o primeiro pênalti da história e caminhando doze passos assinalou o lugar da cobrança. Fazia muito tempo que a imprensa britânica vinha fazendo campanha a favor do penalti. Era preciso proteger os jogadores na boca do gol, que era cenário de chacinas. A Gazeta de Westminster havia publicado uma impressionante lista de jogadores mortos e de ossos quebrados."


"(...)para os nazistas, o futebol era uma questão de Estado. Um monumento lembra, na Ucrânia, os jogadores do Dínamo de Kiev de 1942. Em plena ocupação alemã, eles cometeram a loucura de derrotar uma seleção de Hitler no estádio local. Tinham sido avisados:

- Se ganharem, morrem.

Entraram resignados a perder, tremendo de medo e de fome, mas não puderam aguentar a vontade de ser dignos. Os onze foram fuzilados vestidos com as camisas, no alto de um barranco, quando terminou a partida."



Voltaremos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

VENCEDORES DO 52° WORLD PRESS PHOTO

O World Press Photo é o maior prêmio de fotojornalismo do mundo. Acontece anualmente, porém não é tão divugado pela própria imprensa. No entanto, todos os anos são reservadas surpresas. Abaixo segue alguns dos vencedores deste ano.


Na categoria "Spot News Singles", o chinês Chen Qinggang recebeu o prêmio por esta foto para o jornal Hangzhou Daily.


Na categoria "Notícias Gerais - Foto Única" quem faturou o prêmio foi o brasileiro Luiz Vasconcelos, do jornal A Crítica.

Mais um brasileiro: Eraldo Peres ganhou a Menção Honrosa na categoria "Cotidiano". Infelizmente é este o nosso verdadeiro cotidiano.

Ao registrar o casal do ano, Callier Shell, da Aurora Photos, estava vencendo a categoria "Notícias - Conjunto de Fotos" pela a revista Times.

E o chileno F. Gutierrez levou pra casa o prêmio na categoria "Natureza - Foto Única", pelo Diário La Tercera.

Até mais!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

FUTEBOL AO SOL E À SOMBRA

É este o título de um dos livros mais memoráveis do escritor uruguaio Eduardo Galeano, e que procurei para ler novamente. Na primeira vez que o tentei, ele se misturou com outros compromissos do dia-a-dia e acabou sendo deixado de lado, para meu desgosto. Mas hoje comecei a lê-lo novamente e achei muito melhor do que na primeira vez.

A ótica em que ele assiste futebol e o descreve é a de um torcedor sul-americano, com direito a todo aquele cenário trágico e fanático, transformando o esporte às vezes em um palco de teatro, e outras em uma trincheira. Ergue monumentos à dribles e amaldiçoa esquemas táticos que inibem o bom futebol. Pra continuar este texto, vou por um trecho deste livro que catei entre as páginas que já li. Dica de leitura! Tomara que gostem...

Um abraço!

"(...)Foi um ataque demolidor. Quando as hostes locais invadiram o território inimigo, nosso aríete abriu uma brecha no flanco mais vulnerável da muralha defensiva e se infiltrou até a zona de perigo. O artilheiro recebeu o projétil, com uma manobra hábil colocou-se em posição de tiro, preparou o arremate e culminou a ofensiva disparando o canhonaço que aniquilou o guardião. Então o guardião vencido, custódio do bastião que parecia inexpugnável, caiu de joelhos com a cara entre as mãos, enquanto o verdugo que o havia fuzilado levantava os braços perante a multidão que o ovacionava."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fabricando e vendendo notícias

Pendendo sempre entre jornalismo e publicidade, já ouvi muita coisa a respeito destas duas carreiras, e sempre me chamaram atenção certos comentários rivais como "nós jornalistas somos éticos, e vocês publicitários querem fama e dinheiro" enquanto do outro lado, "Nós seremos ricos e famosos, seus invejosos!" e por aí vai. Mas, tomando o partido dos publicitários, lamento que há jornalistas atualmente que, em nome da fama e do dinheiro, transmitem inúmeros fatos de maneira equivocada. Este é o sensacionalismo barato que consumimos cada vez mais no nosso cotidiano.


O fato que me fez chegar neste assunto foi o destaque dos tablóides ingleses desta semana passada, tratando de Robinho e a sua possível tentativa de estupro à uma garota de 18 anos em uma boate inglesa. Este acontecimento e outros do mesmo tipo que vazam pelas paredes dos departamentos de polícia deveriam ser banidos de divulgação até que seja exposta uma prova concreta contra o acusado. Mas, aproveitando da "liberdade de imprensa", certos veículos de comunicação abusam do gênio da população e vendem à parcela desta que acredita em tudo que vê por aí. Antes de tudo, não cheguei até aqui para declarar a inocência deste jogador, mas vim advogar a favor dele e de muitos outros que tiveram suas carreiras manchadas por estes que dizem estar trabalhando em nome da ética, e que no entanto não hesitam em estampar em capas de jornais inverdades ou fatos não-comprovados agredindo algo ou alguém, para apenas benefício próprio, a fama e o dinheiro. E também deve-se deixar exposto que estes apenas completam uma pequena parcela de pessoas, enquanto a maioria dos jornalistas são conhecidos por trabalhos de grande respeito e consideração da maioria do público, levando sempre a verdade em seu conteúdo.


E para aumentar ainda mais a polêmica que virou o motivo deste post, uma das pessoas renomadas que podiam ir contra à esta história, talvez a maior destas, decepciona, mais uma vez. Pelé, o segundo maior jogador de futebol de todos os tempos, ficou a desejar novamente em suas declarações, quase que assumindo tudo o que os tablóides ingleses indagaram contra o jogador que foi comparado a ele mesmo pela criatividade e ousadia com a bola nos pés. Declarou que foi uma pena o que aconteceu com o seu afilhado, que jamais esperou uma notícia tão desagradável de uma pessoa que ele considerava íntegra. Lamentável. Então, ficou a cabo de treinadores como Dunga, Leão, Renato, entre outros, de proteger um jogador que jamais teve um problema extra-campo desta extirpe, e que sempre foi de um exemplar caráter.


Acredito que Robinho seja inocente neste fato, pois então não encontraria estas palavras para redigir tal texto. Caso a polícia e a justiça inglesas provarem o contrário, este mesmo blog estará aqui para o esclarecimento de tais fatos.


Abaixo, uma matéria sobre este assunto exibida neste domingo no Esporte Espetacular sobre este caso.
Até mais...


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

OK, dei bomba!

Olá, gente!



Recebi protestos de alguns amigos sobre o texto "Solução", no qual estampei as minhas opiniões, talvez ásperas demais, sobre os conflitos árabe-israelenses. Até o meu parceiro de blog, Jobim, revelou ter se espantado com tamanha incisividade das minhas idéias. Mas vamos à tais esclarecimentos que acho que devem ser feitos:



- Em primeiro lugar, as minhas principais críticas partiram em direção à grandes potências mundiais e à ONU, por não terem tomado uma atitude tão descabida, a meu ver, de fixarem os judeus em uma área de risco aos dois povos, rivais desde que foram criados. Se a organização deve juntar as nações, que legal! Mas há ocasiões que deve-se pensar bem antes do que deve se fazer, para as coisas não tomarem rumos não-previstos, como eu disse no texto;



- A questão sobre os muçulmanos é a seguinte: há muitos países que pregam a violência, mas por idéias político-partidárias. Porém as nações árabes são as únicas que são a favor da xenofobia e da incitação à violência, mas por questões religiosas, a chamada "Guerra Santa", em que todos os outros países são contra. Eu também sou. Mas, de que maneira irá tu irás explicar a todo este povo de que uma idéia escrita no Alcorão está errada? No mínimo te chamarão de blasfemador e vão querer te enforcar em praça pública. Pacífico, não? A medida então não deve ser resolvida na força e nem na diplomacia, pois na primeira opção seria praticamente uma guerra, e a segunda não teria nenhum resultado positivo. Uma opção ainda aberta é a de total isolamento destes países, pois o povo não resiste à esta doutrina, como se fosse em uma ditadura político-militar, mas apenas obedece o Alcorão, que queiram ou não, prega a violência;



- Não discrimino os judeus de maneira alguma, mas não por serem vítimas de uma ferida ainda aberta em sua história, e sim porque não são culpados. Quiseram voltar ao lugar de origem de seu povo, mas pacificamente. Viveram também pacificamente em todos os lugares do mundo que viveram, porém espalhados. Com a idéia de voltarem às suas origens, foram adquirindo terras na Palestina, mas ao firmarem fronteiras, foram hostilizados pelos que já ali moravam, os mesmos muçulmanos que citei acima. Minimizaram um perigo vizinho e colocaram as suas vidas em risco, mesmo tendo um apoio militar dos EUA. Aliás, este apoio militar foi mais considerado pelo mundo islâmico como um ataque aos seus povos, por apoiarem uma etnia que, à visão deles, deve ser dizimada da face da Terra. Caso forem procurar no Alcorão, verão isto. É daí que vem a raiva dos Estados Unidos, Osama, os atentados, tudo. Vêm do apoio norte-americano aos judeus e ao Estado de Israel;



Bem, aqui está um esclarecimento sobre as tais idéias. Espero que eu tenha amenizado um pouco o texto anterior. Mas admito, eu dei bomba.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Solução

Quando você comete um erro com alguém, normalmente você pede desculpa, não? A não ser que você seja um crápula, você sempre ficará com alguma culpa sobre os ombros e vai querer se desfazer dela fazendo algo para curar o mal que fez. Porém, o fato de compensar algo, de retaliar um erro cometido, nem sempre ocorre da maneira que se esperava. É lógico que sempre estes atos são baseados nas melhores intenções possíveis, mas às vezes faz as coisas tomarem um rumo não-previsto e quase impossível de ser mudado. Quase. Estou falando do Estado de Israel.



A briga entre judeus e palestinos uma das mais longas e sangrentas da história. Isto já se sabia. Porém, a algumas décadas, outros países e a própria ONU (desde a época da Liga das Nações) quer compensar o erro histórico de Israel não existir e fazer como está escrito na Bíblia. Se for assim, vamos fazer então todos os impérios da idade antiga resurgir. Não bastasse apenas isso, foram pôr os judeus lá onde o bicho pega pro lado deles. Será que os grandes poderosos do mundo são tão ingênuos o bastante pra não saber que é os islamitas são difíceis de lidar?

Outro fato que agravou bastante este caso foi o extermínio dos judeus pela Alemanha Nazista na Segunda Guerra. Muitos judeus europeus se exilaram na Palestina e foram criando raízes no meio do território inimigo. Depois disto, os prisioneiros ainda vivos nos campos de concentração foram levados para este mesmo lugar. Sensibilizados ainda no pós-guerra, os aliados e a ONU demarcaram fronteiras e criaram o "moderno" Estado de Israel. Moderno? Eu chamo de insano.



Antes que me acusem de anti-semitismo, digo também que não defendo o povo palestino e o resto dos seguidores sanguinários de Alá. Mas, mesmo assim, considero que se deve deixá-los lá, e que sejam retirados os judeus deste inferno à beira do Mediterrâneo. O povo muçulmano é radical demais, leva o Alcorão ao pé da letra. Assim, eles são potencialmente impossíveis de se negociar, inflexíveis. Então que os isolem do resto do mundo! Cortem ligações diplomáticas, não interfiram mais nesta causa e os deixem cantar vitoriosos a guerra que não ganharam.

O povo judeu deve abrir mão de suas casas, de seus negócios, de tudo, para preservarem as suas vidas e as de suas famílias. Fugir para longe do mal. Tantas vezes na história conseguiu-se mobilizar nações inteiras para uma revolução, qualquer que seja. Franceses, norte-americanos, alemães, ingleses...que sejam agora os judeus. Não tiveram capacidade para migrar para este lugar e começar uma nova vida? Que se faça novamente, mas agora para primeiramente preservar vidas, e depois reconstruí-las. Mas os melhores amigos dos judeus, os norte-americanos, precisam sentir gosto de sangue, e por isso injetam cada vez mais dinheiro nas forças armadas israelenses, e se recusam a perder uma batalha que seja. Os mesmos norte-americanos que ao longo das décadas também ensinaram ao povo de Israel também ter sede de sangue. Que morram crianças e mulheres palestinas, mas que vençamos a guerra!


E para onde mandar os judeus? Migrem para a Europa, como já houve antes, para os Estados Unidos, para o Acre! Mas que se faça algo deste tipo. Talvez Obama pense em alguma solução, mas acho difícil este conflito ser estancado em um ou dois mandatos do nosso presidente negrão. Aqui está uma solução para solucionar este problema quase impossível de ser resolvido. Quase.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Tragédia

Em meio às festas, ao verão e suas praias, acontece uma tragédia. Normalmente é assim. Quando a maioria está sossegada, focada em outras coisas de seus interesses, relaxada, algo inesperado acontece. Algo que nos pega em cheio e nos deixa sem reação. Assim sempre foi. Assim ocorreu ontem. O grupo do Brasil de Pelotas é um triste exemplo que cumpre esta regra. Festejando a vitória conquistada em Santa Cruz do Sul, voltavam à sua cidade quando num ato de descuido ou imprudência do motorista do ônibus no qual vinham, ou uma falha mecânica do mesmo, sofreram um terrível acidente. Sozinhos, lá em Canguçu, na noite de 15 de janeiro de 2008. neste acidente morreram o zagueiro Régis Alves, o preparador de goleiros Giovani Guimarães e o atacante uruguaio Cláudio Milar. Além disto, outros jogadores estão agora em situação grave em hospitais da região,

O que dizer agora? Que palavras de conforto servem para as famílias e amigos das vítimas fatais deste acidente? Além disto, há os torcedores, muitos fanáticos pelo Brasil, que se ligaram de uma maneira ao clube que choram copiosamente em frente ao estádio Bento Freitas ou em frente ao IML de Pelotas. O jogador mais querido da torcida, Milar, teve a sua vida dizimada, o que entristece ainda mais a vida dos amantes deste clube. E, após ficar pensando durante horas em palavras que possam confortar de alguma forma todos os próximos das vítimas, mas o silêncio é o melhor empregado. Pois nada que tu vais falar poderá melhorar a situação chocante em que se encontra os mais próximos das vítimas.

Um dos clubes mais adorados do estado, o Brasil. No ano passado, a maior torcida do Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro foi para o Brasil. A rivalidade entre a dupla Gre-Nal sempre dividia a população torcedora. O Juventude era contrariado pela torcida colorada, mesmo estando na série B. Já o Caxias não tem tanta popularidade, permanecendo na indiferença do torcedor. Mas o Brasil, que peleando nos potreros da Terceira Divisão disputou uma vaga na série B até as últimas rodadas, sempre tinha a maioria da população gaúcha ao seu lado, o Índio Xavante. Agora, ele precisa do nosso apoio muito mais do que no ano passado. Precisa tanto quanto precisou o Torino da Itália após a Tragédia de Superga em 1949, quando todo o time foi exterminado em um acidente de avião. Todo o clube, incluindo direção, comissão técnica, jogadores e a torcida Xavante precisam do nosso apoio, mesmo que seja acompanhado de silêncio ou de poucas palavras.

Declarando aqui toda a minha consternação e os meus sentimentos para com os familiares das vítimas, deixo o link para que tu também deixes uma mensagem de força a quem precisa.

http://www.clicrbs.com.br/clicesportes/jsp/interatividade.jsp?uf=1&local=1&newsID=DYNAMIC,itools.xml.ItoolsDelivery3,getMuralMensagensXml&forumid=87068&groupid=331&pg=1&template=1928.dwt